quarta-feira, 11 de abril de 2012
Natureza Morta em óleo sobre tela
"Natureza morta com garrafas verdes" - óleo sobre tela - 27x19 -ano de 2012
"...o exercício da arte se confunde com o exercício da liberdade. Resolvi pintar como se pintava no final do séc. XIX. E daí? É uma coisa 'antiga prá caramba', 'acadêmica', 'ultrapassada'! O amor, aaah o amor, que coisa mais antiga, e boa! Os cientistas se confinam em laboratórios em busca do novo! Em busca do necessário, não do novo pelo novo - ansiedade consumista! Fora do novo, do inédito, do surpreendente e do incômodo não há arte, proclamam os 'donos da arte' num rebeldismo academizado, institucionalizado. Volto aos descobridores de novas soluções para velhos problemas e, de repente, uma plantinha que os índios usam há milênios é a novidade! Volto para o que me interessa: a arte! Eu tenho um compromisso genético com a arte. Será que pode? Eu quis dizer que já nasci com o desejo de pintar. Pintar abstrações - que pureza existe na arte abstrata! Sabe de uma coisa, essa 'natureza morta' é uma abstração - foi pintada sem modelo, sem referência, apenas reunindo fragmentos de memória visual com o propósito de compor, ocupar espaços e limitar o uso de uma paleta de cores quentes. Afinal, que objetivo pode existir em representar garrafas e taças, frutos e vasilhames? Talvez um simbolismo latente, inconsciente: o vinho e a vida, o brindar acontecimentos, ou simplesmente nada. Aliás, eu adoro o nada! Troquei o entender pelo sentir. Há um detalhe notável, quando fui realizar esse quadro eu estava com muita vontade de pintar e alguns flashes de imagens me passavam pela mente: garrafas verdes, taças, composições de naturezas mortas. Parti para o cavalete sequioso, espremi os tubos de tinta, vesti luvas de silicone, peguei um pincel chato, pequeno e 'manchei' o quadro. Antes eu havia desenhado os objetos com carvão - algo que eu não fazia há muito tempo, não sentia necessidade. Terminei a mancha rapidamente e parti para a fase de aplicação das cores. Foi mais rápido do que o usual. Logo em seguida vieram os toques finais, mais vigorosos, empastados, alguns esfregaços sobre as camadas de tinta recém aplicadas, fundindo novas cores sobre a própria tela. Tudo muito rápido, seguro e definitivo. Tão rápido que não deu tempo de pensar e nem de errar..."
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Bellisima obra,me ha encantado los colores y sus sombras. Felicidades. Saludos.
ResponderExcluirQuanto menos a gente pensa, menos erra! Às vezes tudo o que precisamos é deixar a carga genética agir por si só!
ResponderExcluirBelos quadros sr. Antônio, pela tela infelizmente não dá pra ter uma ideia correta de todas as texturas das diversas camadas de tinta. Coisas que só são possíveis se observar "ao vivo". A vantagem da internet e poder acompanhar os textos junto com os quadros.
Aproveito a visita para agradecer a leitura dos meus contos e de tê-los apresentado à dona Loyde. (Essa sexta tem mais um! :D)
Grande abraço.
Olá Antonio,
ResponderExcluirAdoro suas pinturas e seus comentários!
Achei graça quando disse que pintou tão rápido que não teve tempo de pensar e nem de errar.
Pra mim, que estou apenas começando a jornada pela arte (que já é um amor muito antigo), errar faz parte do dia a dia rsrsrsr.
Admiro tanto seu trabalho que penso que deva errar lindamente com o tamanho de seu talento.
Aproveito pra dizer que quando vejo as fotos do ateliê, uma das coisas que me chama a atenção (depois das pinturas), são os seus livros nas estantes. Sou fascinada por livros de arte, já tenho um acervo considerável, mas estou sempre procurando por novos títulos. Assim, se não for pedir muito, gostaria de saber se poderia sugerir algum ou alguns livros que ache indispensável de se ter.
Uma linda semana para você e sua musa inspiradora!
Abraço,
Lilian
Kauniin nautittavaa - värit - compositio - tunnelma...!
ResponderExcluirNautin myös 'pinta-struktuurin' näkymisestä kuvissa.
Eko - Suomi/Lapland/Kuusamo
Che la festa cominci ! Mi piacciono le nature morte e questa è bellissima! Abbraccio
ResponderExcluirDear Antonio - lovely still life painting and beautiful colours.
ResponderExcluirThese oils look so rich and juicy. So full of texture and with that a sense of urgency and passion! Bravo! :0D
ResponderExcluirOlá Antonio,
ResponderExcluirAgradeço muito pela indicação dos livros e autores. Eu já tenho alguns da Fayga e agora vou procurar dos outros autores.
Mas, agradeço ainda mais pelas sábias palavras: "O ler é muito importante, o refletir sobre o que leu é importante e o esquecer de tudo na hora de criar é mais importante ainda!"
Concordo com você que no processo criativo deve falar a alma do artista!
Um abraço a todos vocês e até breve.
Lilian
Caro Antonio...sem entusiasmo não existe arte.
ResponderExcluirAcho muito bacana os seus textos....
Obrigada por compartilha conosco o momento das suas criações...as
tuas inspirações..
Sua Obra ficou belissima!!
Um abraço,
Ficou lindo, parabéns!
ResponderExcluirBom fim de semana.
Mari.
Querido amigo, lindas telas. Tenha um excelente final de semana. Beijocas
ResponderExcluirSiempre me han gustado las obras que estan hechas, por poner un simil futbolístico, al primer toque. En esta se ve la frescura del impulso gestual y también como la pincelada dibuja las formas de copas y botellas. Las texturas y el color contribuyen en aumentar la expresión de este marabilloso bodegón. Mediante las pinceladas "sin pensar"se proyectan los saberes acumulados en nuestra memoria. Mediante tus pinceladas has dejado salir tu arte de maestro. Saludos
ResponderExcluirNow I feel need for the glass of wine at the table with my friends!
ResponderExcluirBRAVO!!!!! que maravilhosa pintura!
ResponderExcluirte felicito pela iniciativa, em seguir estes passos tão intuitivamente, com determinação em liberar 'a expressão'.
Muito bom trabalho, Antonio!!
Sua forma de expressão é magnífica. Para seu "compromisso genético com a arte", nossos aplausos. É uma felicidade descobrir-se talentoso e saber fazer disso um objetivo de vida.
ResponderExcluirBjs.