“Pontal do Pinheiro” – Óleo e Acrílico sobre linho – 16x28 – Ano de
2012
“... O Pontal do Pinheiro fica do lado esquerdo de quem olha
da praia para a ilha da Boa Viagem. Para chegar até lá é preciso vencer alguns obstáculos
– dois ou três pequenos pontais paralelos ao do Pinheiro que ficam mais ou
menos submersos, de acordo com as marés. Se formos pela água há que se ter
muito cuidado – o fundo é rochoso e as pedras, cobertas de cracas e mariscos,
ficam quase à flor da água. Esse perigo (cracas e mariscos possuem bordos cortantes)
é também a riqueza local – dezenas de pessoas vivem da coleta do marisco também
conhecido como mexilhão, muito apreciado e consumido nos restaurantes de frutos
do mar. Os marisqueiros, como são conhecidos os coletores de mariscos, utilizam
pequenos barcos de dois bicos chamados ‘caícos’. É um tipo de barco de madeira com
duas proas reforçadas (sem a popa) resistentes aos choques com as rochas. Os mexilhões
recobrem as pedras e de lá são retirados com auxilio de cavadeiras de aço (assemelham-se
a espátulas de um metro de comprimento) pelos marisqueiros-mergulhadores que
atiram as ‘pencas’ de mexilhões para dentro dos barcos ‘apoitados’(ancorados
pela poita, um pequeno tipo de âncora). Quando os barcos estão ‘chapados’
(cheios) já no final da manhã, após uma ‘ralação’(trabalho duro) que se inicia com
o nascer do sol, os marisqueiros ‘encalham’ seus ‘caícos’ na prainha do Pontal
do Pinheiro. As ‘famílias’ dividem as tarefas – os que estavam em terra coletaram
madeira em boa parte trazida pela maré e posta à secar para alimentar o fogo do
cozimento do mexilhão. O cozimento é parte do processo de descascamento e conservação
do mexilhão – as ‘pencas’ são colocadas dentro de uma lata de óleo quadrada com
18 litros de capacidade, tampada e apoiada sobre pedras que formam um tipo de
fogão onde é posta a lenha para queimar. Não se acrescenta água, o próprio mexilhão
vai “dessorando” o liquido que forma o vapor para o cozimento. Quando finda este processo as
conchas estão abertas, é a hora de descascar e ensacar o produto final. Dessa
tarefa participam pescadores, mulheres e até crianças, todos sentados em volta
da tábua onde as pencas foram postas para esfriar. Os compradores, intermediários
de peixarias e restaurantes, chegam no inicio e meado da tarde para comprar os
almejados frutos do mar. Boa parte da renda dos marisqueiros é convertida em
cachaça compartilhada pelo grupo durante todo o dia de trabalho. Desnecessário
acrescentar que no final do dia estão todos bêbados.
Na prainha do Pinheiro existem grandes montes de cascas de
mexilhão encostados nos paredões da ilha. Com o passar dos anos as conchas vão
se pulverizando e incorporando-se à areia que adquire uma cor rosa carminado. Estive lá algumas vezes, é um lugar lindo,
meio inadequado para banho de mar, porém muito adequado para pintar, fotografar
ou simplesmente descansar a vista...”
Querido amigo, é uma pintura tão realista que a impressão que se tem é que podemos tocar a água. Belíssima. Tenha uma linda semana. Beijocas
ResponderExcluirPosso ouvir o murmurio das ondas e do vento neste quadro nostalgico, poético e mágico ...
ResponderExcluirUm grande abraco.
Yes, I wouldn't want to walk in to the sea here without shoes on! Ouch! But what a beautiful place - you have captured such energy and power! It's a beautiful painting :0)
ResponderExcluirMuito interessante o seu relato da apanha e processamento do mexilhão. Aqui em Portugal também há muito, é muito apreciado, mas os pescadores que o apanham vendem-no vivo, tal qual sai das rochas.
ResponderExcluirE o quadro é outra maravilha, uma paisagem mais "selvagem" que as anteriores. Assim vamos ficando a conhecer pequenos pedaços de Niterói e suas maravilhas naturais, mesmo sem nunca lá termis ido fisicamente.
Favoloso dipinto , ricche e bellissime pennellate. Abbraccio !
ResponderExcluirDeve dar uma paz nesse lugar, que linda sua tela,me transportei para ali, parabéns, obrigada pelo carinho, boa semana, abraço!
ResponderExcluirOoooh lala i wish i was there!
ResponderExcluirFico com os olhos muito bobos quando vejo pintura assim... Explico, eu não tenho o menor talento pra pintar, então me aproveito do talento alheio rsrss.
ResponderExcluirAbraço, Antonio.
Em divina amizade.
Sonia Guzzi
Um tela maravilhosa e...sobre linho, um SUCESSO!
ResponderExcluirBeijo
Graça
un lugar encantador para descansar y permitir que la mirada se amplíe en tanta belleza, magnífica pintura, lo transmite todo!
ResponderExcluirun abrazo fuerte!
Magnifica obra!!!! Felicitaciones!!
ResponderExcluirCariños. Laura.
Antonio....mais uma linda Obra!!
ResponderExcluirImagino a paz em ohar tao bela paisagem.
Gosto tb de ler os teus textos........parabens pelo conjunto!
bj,,,, e um beijo especial a Loyd, tua MUSA!!
Excelente trabalho....
ResponderExcluirCumprimentos
Que beleza! Aplausos para a tela e para sua narrativa. Você sabe olhar, razão da inspiração preciosa que tem. Abraços
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEsta série Pedras está magnifica!!
Uma obra ais bela que a outra.
E sua narrativa nos remete a uma bela viagem..
minhas retinas agradecem a tão bela viagem..
Um abraço a voce e a todos do Atelier..meu beijinho especial a Loyde!!
Parabéns Antonio.
ResponderExcluirAmei essa série.
Fiquei um pouco afastada das pinturas, mas estou retornado. Logo publicarei algumas pinturas.
As suas me inspiram.
Um abraço
I am just thinking about difference between one click and your work. Cannot compare, but, yes, we both price the nature and beauty of man's work. I hope you love your Sunday!
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