terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pontal do Pinheiro – Ilha da Boa Viagem – Pinturas de Niterói em óleo sobre linho



“Pontal do Pinheiro” – Óleo e Acrílico sobre linho – 16x28 – Ano de 2012

“... O Pontal do Pinheiro fica do lado esquerdo de quem olha da praia para a ilha da Boa Viagem. Para chegar até lá é preciso vencer alguns obstáculos – dois ou três pequenos pontais paralelos ao do Pinheiro que ficam mais ou menos submersos, de acordo com as marés. Se formos pela água há que se ter muito cuidado – o fundo é rochoso e as pedras, cobertas de cracas e mariscos, ficam quase à flor da água. Esse perigo (cracas e mariscos possuem bordos cortantes) é também a riqueza local – dezenas de pessoas vivem da coleta do marisco também conhecido como mexilhão, muito apreciado e consumido nos restaurantes de frutos do mar. Os marisqueiros, como são conhecidos os coletores de mariscos, utilizam pequenos barcos de dois bicos chamados ‘caícos’. É um tipo de barco de madeira com duas proas reforçadas (sem a popa) resistentes aos choques com as rochas. Os mexilhões recobrem as pedras e de lá são retirados com auxilio de cavadeiras de aço (assemelham-se a espátulas de um metro de comprimento) pelos marisqueiros-mergulhadores que atiram as ‘pencas’ de mexilhões para dentro dos barcos ‘apoitados’(ancorados pela poita, um pequeno tipo de âncora). Quando os barcos estão ‘chapados’ (cheios) já no final da manhã, após uma ‘ralação’(trabalho duro) que se inicia com o nascer do sol, os marisqueiros ‘encalham’ seus ‘caícos’ na prainha do Pontal do Pinheiro. As ‘famílias’ dividem as tarefas – os que estavam em terra coletaram madeira em boa parte trazida pela maré e posta à secar para alimentar o fogo do cozimento do mexilhão. O cozimento é parte do processo de descascamento e conservação do mexilhão – as ‘pencas’ são colocadas dentro de uma lata de óleo quadrada com 18 litros de capacidade, tampada e apoiada sobre pedras que formam um tipo de fogão onde é posta a lenha para queimar. Não se acrescenta água, o próprio mexilhão vai “dessorando” o liquido que forma o vapor para o  cozimento. Quando finda este processo as conchas estão abertas, é a hora de descascar e ensacar o produto final. Dessa tarefa participam pescadores, mulheres e até crianças, todos sentados em volta da tábua onde as pencas foram postas para esfriar. Os compradores, intermediários de peixarias e restaurantes, chegam no inicio e meado da tarde para comprar os almejados frutos do mar. Boa parte da renda dos marisqueiros é convertida em cachaça compartilhada pelo grupo durante todo o dia de trabalho. Desnecessário acrescentar que no final do dia estão todos bêbados.
Na prainha do Pinheiro existem grandes montes de cascas de mexilhão encostados nos paredões da ilha. Com o passar dos anos as conchas vão se pulverizando e incorporando-se à areia que adquire uma cor rosa carminado.  Estive lá algumas vezes, é um lugar lindo, meio inadequado para banho de mar, porém muito adequado para pintar, fotografar ou simplesmente descansar a vista...”


17 comentários:

  1. Querido amigo, é uma pintura tão realista que a impressão que se tem é que podemos tocar a água. Belíssima. Tenha uma linda semana. Beijocas

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  2. Posso ouvir o murmurio das ondas e do vento neste quadro nostalgico, poético e mágico ...
    Um grande abraco.

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  3. Yes, I wouldn't want to walk in to the sea here without shoes on! Ouch! But what a beautiful place - you have captured such energy and power! It's a beautiful painting :0)

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  4. Muito interessante o seu relato da apanha e processamento do mexilhão. Aqui em Portugal também há muito, é muito apreciado, mas os pescadores que o apanham vendem-no vivo, tal qual sai das rochas.
    E o quadro é outra maravilha, uma paisagem mais "selvagem" que as anteriores. Assim vamos ficando a conhecer pequenos pedaços de Niterói e suas maravilhas naturais, mesmo sem nunca lá termis ido fisicamente.

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  5. Favoloso dipinto , ricche e bellissime pennellate. Abbraccio !

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  6. Deve dar uma paz nesse lugar, que linda sua tela,me transportei para ali, parabéns, obrigada pelo carinho, boa semana, abraço!

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  7. Fico com os olhos muito bobos quando vejo pintura assim... Explico, eu não tenho o menor talento pra pintar, então me aproveito do talento alheio rsrss.
    Abraço, Antonio.
    Em divina amizade.
    Sonia Guzzi

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  8. Um tela maravilhosa e...sobre linho, um SUCESSO!
    Beijo
    Graça

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  9. un lugar encantador para descansar y permitir que la mirada se amplíe en tanta belleza, magnífica pintura, lo transmite todo!

    un abrazo fuerte!

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  10. Magnifica obra!!!! Felicitaciones!!

    Cariños. Laura.

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  11. Antonio....mais uma linda Obra!!
    Imagino a paz em ohar tao bela paisagem.
    Gosto tb de ler os teus textos........parabens pelo conjunto!

    bj,,,, e um beijo especial a Loyd, tua MUSA!!

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  12. Que beleza! Aplausos para a tela e para sua narrativa. Você sabe olhar, razão da inspiração preciosa que tem. Abraços

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  13. Olá!
    Esta série Pedras está magnifica!!
    Uma obra ais bela que a outra.
    E sua narrativa nos remete a uma bela viagem..
    minhas retinas agradecem a tão bela viagem..
    Um abraço a voce e a todos do Atelier..meu beijinho especial a Loyde!!

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  14. Parabéns Antonio.
    Amei essa série.
    Fiquei um pouco afastada das pinturas, mas estou retornado. Logo publicarei algumas pinturas.
    As suas me inspiram.
    Um abraço

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  15. I am just thinking about difference between one click and your work. Cannot compare, but, yes, we both price the nature and beauty of man's work. I hope you love your Sunday!

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