domingo, 16 de agosto de 2009

O sanhaço do quintal

Manhã de junho, naquele dia nem tão fria. A grama (um capinzinho fino nativo) está cravejada de brilhantes gotinhas de orvalho, faiscando sob o sol nascente.
Há um arbusto de flores amarelas, já citado noutra página, está florido, flores amarelo essencial contra o qual se destaca, de repente, um pássaro azul, um lindo passarinho cinza azulado camurçado que parece mais azul ainda pelo choque com o amarelo, complemento cromático, contraste de matizes, pula de galho e parte como uma flecha, um foguete, um raio azul.
Hoje vi um sabiá, belo, altivo, laranja, sabiá laranjeira, vestia ocres e castanhos alaranjados é um rei no seu território, esbanja realeza.
―Vi um bem-te-vi, rivaliza com o sabiá em beleza e porte, é o tal! O tal rei do quintal.
Como pode haver dois reis num só local?
Pequenos territórios, reinos fronteiriços, mapa da natureza, divisão territorial dos países passarinhais do continente quintal.
―Estou ouvindo e vendo de vez em quando o vídeo do George Benson em Montreux, ótimo! O som de sua guitarra, redondo, parece tocado sob a água, voz aveludada, inspiradora, me ajudou no texto em curso.
O ato de escrever renova o espírito: terapia, versão literária de sentimentos.
O impalpável concretizado, relato de fatos cotidianos,fatos sob poética ótica, lírica manifestação, declaração.
Declamação de amor à vida,
À natureza, à mulher amada.
Estou mais bonito
Mais o feio é feio
O bobo é bobo
Você é você
E eu sou eu
O azul do céu é azul
O mar é azul, o olho é azul
Azul pode ser a cor de tudo.
Antonio Machado
Itaipuaçú 19/6/2007

Um comentário:

  1. O AZUL REALMENTE E INSPIRADOR, NOS TRAZ CALMA, POR ELE MESMO E DEFINIDO A CALMA, POR QUE QUANDO ESTA TUDO AZUL ESTA TUDO CALMO.

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